
Central do Timão
·2. Oktober 2025
[Opinião] Gui Negão, jogai por nós
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·2. Oktober 2025
Quando olho para o Gui Negão em campo, é como se estivesse vendo um pouco do passado se desenrolando agora, no presente. Vejo alguém recente como o Wesley ou Dentinho, mas viajo para mais longe e consigo ver o Jô, o Gil… Até mesmo o Dinei, que sequer tenho recordação clara de ter visto ao vivo.
Ver o Gui Negão e esse tão bonito começo de história no Corinthians, é ver aquele sonho que se realiza, mesmo parecendo uma utopia de tão difícil que é. É ver alguém como eu, você ou como qualquer outro que eu e você podemos ver no dia a dia, com o mesmo nome que ele, com a mesma aparência, vindo do mesmo lugar e torcendo para o mesmo time.
Gui Negão (Foto: Reprodução)
O menino (esse sim um menino) que teve a responsabilidade de substituir o melhor 9 dos últimos tempos em um time tão grande como o Corinthians, não sentiu o peso da camisa. Como poderia sentir o peso de algo que ele cresceu usando também? O Guilherme, antes de ser Gui, teve o Corinthians como segunda pele, como bolo de aniversário, como adesivo e como muitas outras coisas antes de ter o Corinthians como ambiente de trabalho. É difícil sentir o peso quando se faz parte de uma multidão que carrega esse peso junto com ele.
O Gui é aquele moleque que torce para a mãe demorar para chamar pra dentro de casa porque o futebol tá pegado, tá divertido… Que quando tem que beber água, segura a sede só mais um pouco para não ter que entrar e correr o risco de não poder mais sair e se reencontrar com a bola. É aquele menino que corre descalço, que rala o joelho e sangra sem se importar ou sentir.
Talvez ele nem saiba a dimensão ou o que representa em campo além do tamanho e dimensão do que é visível para todos. Gui Negão diz estar realizando um sonho, sem talvez entender a grandeza da realidade. E tudo bem se não, ele é jovem demais ainda, sequer é um jogador inteiramente pronto. Enquanto ele comemora seus gols e anseia por um bife acebolado feito pela sua mãe, há inúmeros jovens assim como ele que anseiam e enxergam através de seus gols a possibilidade de alcançar o Corinthians.
Em tempos onde jogadores são assessorados cada vez mais cedo, perdendo a inocência e a simplicidade, assumindo discursos polidos e ensaiados, cada vez mais genéricos e “plastificados”, surge a simplicidade de quem gosta de ouvir o seu nome na escalação, de quem vai ao mercado simplesmente para saber se as pessoas já conseguem o reconhecer da porta para fora. Gui Negão é o representante de quem sonha em jogar bola, algo que é diferente de quem sonha em ser jogador profissional. É o dito futebol raiz ou o futebol em sua essência, com sua pureza e diversão alheia à pressão que chega tão cedo na vida adulta.
Que o menino se torne homem mantendo o mesmo brilho no olhar e o mesmo sorriso brincalhão. Que nós possamos ver cada vez mais e mais um de nós no gramado, na pessoa do Gui Negão ou em quanto outros mais vierem do sagrado Terrão.
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