AVANTE MEU TRICOLOR
·26 de septiembre de 2025
Crespo prefere valorizar recuperação no Brasileirão depois de eliminação na Libertadores: “Não é desculpa, é nossa realidade”

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·26 de septiembre de 2025
O técnico do São Paulo, Hernán Crespo, pela primeira vez falou em tom defensivo na entrevista após um jogo.
Pudera, não era para menos. Muito além da eliminação para a LDU nas quartas de final da Copa Libertadores, o treinador teve que encarar perguntas objetivas sobre as consequências da derrota por 1 a 0 em pleno Morumbi, o futuro do Tricolor e, principalmente, a sua responsabilidade no resultado final.
Pois bem, na parte que lhe cabe nesse latifúndio, Crespo foi pelo caminho fácil. Mesmo ressaltando que não é uma desculpa, escancarou o cenário que herdara de Luis Zubeldía e como vê a colocação atual no Campeonato Brasileiro, brigando para conquistar uma vaga na edição do ano que vem da Libertadores.
“Você já sabe as dificuldades. Tem uma dinâmica por trás de toda venda e de toda compra. A situação é essa. Eu sei e se sei, mas também sei perfeitamente a situação em que o São Paulo está. Tentamos fazer o melhor possível, como estamos fazendo até hoje. Às vezes alcança, às vezes não. Às vezes você pega um time quase na zona de rebaixamento… Hoje está em sétimo. Deu certo no Brasileirão? Deu. Nas oitavas? Deu. Deu o máximo. Mas nossa realidade é essa. Hoje, tudo aquilo que eu possa falar para você parece uma desculpa. Mas não é. É a realidade”, disse.
“Não estou aqui para falar mentiras. Eu acreditava. Criamos muitas chances. Jogamos mal? A gente merecia sair? Não merecia. Você realmente pensa que merecíamos perder aqui? Não estou falando que jogamos muito bem. podemos jogar melhor? Sim, muito melhor. Mas aquilo que vimos é que podeiramos vencer. Teve bola na trave, Luciano teve chances. Depois, o que acontece com outras pessoas, os torcedores, diretoria, eu não posso controlar. Cada um tem a reação que acredita”, completou.
“O único jeito de sair dessa situação difícil, de muita dor, é trabalhar. E acreditar, continuar. Acho que no futebol muitas vezes você pega aquilo que fez, mas muitas vezes dois mais dois é sete. E neste turno, com a LDU, dois mais dois foi sete. Não merecemos perder lá e perdemos. Chegou aqui, no primeiro tempo criamos muito, talvez pudesse ter vantagem, mas eles chegaram e fizeram um gol”, apontou.
Sobre a mais polêmica das decisões, a entrada de Rigoni como ala-direito, o treinador tentou explicar o seu ponto de vista.
“Não é a primeira vez que joga ali, até comigo ele já jogou ali, contra o 9 de julho na Copa do Brasil. Com Rigoni, Ferreira e Luciano e as rupturas de Rodriguinho e Bobadilla, poderíamos produzir bem, a gente produziu, mas não converteu. A gente não jogou mal, o time jogou bem, poderia jogar melhor, sempre pode, mas estrategicamente o que criamos não foi concretizado em gol”, explicou.
“A ideia era que o jogo da LDU já estava 2 a 0. Tínhamos de arriscar, fazer algo diferente. Eu acho que colocando cinco na frente, dando amplitude, com as características que temos… Mailton cruza. E quem poderia fazer gol de cabeça? Dinenno. Então, tinha que colocar os dois. São muitas coisas que acontecem. Achei, talvez de maneira errada, que a gente, com esse esquema, essa estratégia, criamos três chances claras de gol no primeiro tempo, com Rigoni, Luciano e Bobadilla. Estava ali o jogo. Depois, não concretiza, aí um erro acontece. Faz parte. Muda totalmente. Já colocamos Maílton, Dinenno. Um esforço da parte de Lucas. Tentamos. Tentamos de colocar toda a artilharia que temos à disposição, menos Lucas, que não estava 100%. Depois, o resto, que estavam no banco, tem um problema ou outro. Isso é uma desculpa? Não. É assim. É um fato. É um fato que você tem que respirar, buscar soluções. Evidentemente as soluções que buscamos não deu certo. Mas o jogo era esse aí”, completou Crespo.
Ainda nesse clima de cobrança velada, o comandante argentino também se recusou a fazer uma avaliação do seu trabalho, competente no Brasileirão, mas lastimável em mata-mata, com duas eliminações e nenhuma vitória na Libertadores.
“Avaliação minha? Ao final da temporada. Antes, nunca. Você já fez isso antes na sua vida? não. Ao final. O que aconteceu? No meio, talvez a diretoria. A gente fala no final. Para o objetivo que chegamos, muito mais que positivo. Quando chegamos aqui, se falava só do rebaixamento. A gente só falava de rebaixamento. Que a Copa do Brasil não interessava. E você sabe como saímos da Copa do Brasil. Sabe como saímos da Libertadores. Sabe de todas as situações. Qual era a situação real quando chegamos? Hipotética era 15 com um ponto (da zona). Hoje, estamos falando que talvez possamos ter uma nova oportunidade da Copa Libertadores. Temos de acreditar, estar juntos, para criar uma nova oportunidade. Qual é a avaliação para você? Com todas essas coisas. Temos dor? Muita dor. Estamos mal? Muito mal. Mas segunda temos de colocar a cara outra vez. É o momento de estar junto o grupo todo, como uma família, e sair de uma eliminação de muita dor. Sair de uma situação de muita dor tem que estar perto de gente que tem afeto. E esse grupo é uma família. Acho que o grupo vai sair e tentar rapidamente superar essa dor. Mas não vai ser fácil”, disse.