Os jogadores, os milhões e os títulos: o balanço da passagem de Rui Pedro Braz pelo Benfica | OneFootball

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·4 de septiembre de 2025

Os jogadores, os milhões e os títulos: o balanço da passagem de Rui Pedro Braz pelo Benfica

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Terminado o mercado de verão, chegou o fim de uma era no Benfica: a saída de Rui Pedro Braz do cargo de diretor desportivo. Na função desde 2021, ainda com Luís Filipe Vieira a presidente, o antigo responsável pelas contratações da equipa de Bruno Lage foi rendido por Mário Branco.

Com o fechar de ciclo como plano de fundo, o zerozero foi à procura de identificar a obra deixada pelo ainda membro da estrutura das águias.


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Grandes contratações, falhanços e vendas avultadas... Reavive a memória sobre uma das caras mais ilustres do universo encarnado, que tornou comuns as piscinas entre países só para garantir os melhores intérpretes aos treinadores que passaram pela Luz no mesmo período.

De mansinho até aos grandes investimentos

Iniciado o trajeto no defeso de 2021/22, Rui Pedro Braz arrancou o trabalho na ressaca do maior investimento da história dos encarnados. Após transferir João Félix para o Atlético de Madrid por 126 milhões de euros, o Benfica aplicou, pela primeira vez até então, mais de 100 milhões de euros em jogadores para acrescentar qualidade ao plantel sob as ordens de Jorge Jesus.

Parte 1: 2021/22

Ao contrário do que se poderia pensar, as coisas não correram de feição e, um ano depois, o homem forte das transferências do clube iniciou o serviço de forma comedida.

Aos mais de 173 milhões de euros desembolsados com Darwin Nuñez, Everton Cebolinha, Pedrinho ou Otamendi, as águias deram aso à contenção, tendo gasto somente 25,50 milhões, em 2021/22. Entre as caras mais sonantes, destacava-se João Mário - custo zero -, Roman Yaremchuk - 17 M - ou Meité - 6 M.

Apesar dos poucos reforços, esperava-se que os ajustes encaixassem que nem uma luva com as permanências e algumas saídas efetuadas, mas foi preciso esperar mais um ano para que o sucesso batesse à porta.

Parte 2: 2022/23

Jorge Jesus tinha saído meses antes e, para o seu lugar, Rui Costa apostou no germânico, Roger Schmidt. A lufada de ar fresco trazida pelo antigo técnico do Bayer Leverkusen casou na perfeição com o trabalho de Rui Pedro Braz que, nos meses quentes de 2022, fez aterrar em Lisboa pedras preciosas como Aursnes, David Neres e, sobretudo, Enzo Fernández.

De resto, o internacional argentino não durou uma época em Portugal e, meio ano depois, estava a ser transferido para o Chelsea. Mas já lá vamos...

O trabalho viria a dar frutos bem suculentos: quartos de final da Champions e o único título de campeão nacional do Benfica no pós-Luís Filipe Vieira. Pela primeira vez, os milhões gastos eram justificados nas vitrines do clube.

Parte 3: 2023/24

Agraciado com as faixas do título nacional, Rui Pedro Braz continuou a busca incessante pela melhor matéria-prima para Schmidt trabalhar na temporada seguinte. No entanto, e tal como noutras ocasiões, nem sempre as somas avultadas são sinónimo de sucesso.

Ora, com três contratações acima dos 20 milhões pela primeira vez na história, nem por isso a forte investida se traduziu em dividendos à flor da relva. Kökçü tornou-se na maior transferência da I Liga, mas não convenceu na plenitude, Arthur Cabral revelou-se o maior erro de casting na tentativa de sucessão a Gonçalo Ramos, enquanto Jurásek - lateral mais caro do futebol português - rapidamente deixou os adeptos encarnados a suspirar por Grimaldo.

Pelo meio, Prestianni e, sobretudo Di MaríaCarreras - pago no defeso seguinte -, fortaleceram uma equipa carente de sucessores à altura e com um técnico cada vez mais desgastado em virtude do nível exibicional apresentado, principalmente, na liga milionária e pela perda do campeonato...

Parte 4: 2024/25

Sustida a insatisfação dos adeptos por mais uns meses, Rui Pedro Braz regressou aos gastos mais humildes e, em 2024/25, as águias despenderam somente 76,55 milhões de euros, numa fase em que a saída de Schmidt era uma questão de tempo. Com a sucessão consumada pela entrada de Bruno Lage, o diretor dos encarnados pôde ver dossiers por si finalizados a render e a encantar os adeptos.

O título não ficou longe e a caminhada sob a batuta de Bruno Lage mostrou um Benfica competitivo, ainda que pouco efetivo na hora de ficar para a história.

Entre as prendas contratadas pelo dirigente, Kerem Aktürkoglu e Pavlidis tornaram-se evidências e referências, Jan-Niklas Beste e Renato Sanches - mesmo por empréstimo com opção de compra não ativada - as desilusões, sendo que, pelo meio, janeiro trouxe ativos jovens e capazes de gerar expetativa: falamos de Samuel Dahl e Manu Silva.

Parte 5: 2025/26

Por fim, o derradeiro defeso de Rui Pedro Braz a gerir as transferências dos encarnados é capaz de ser o que mais tem entusiasmado os adeptos. Afinal de contas, foram mais de 100 milhões novamente injetados em talento do qual se espera o melhor para as vibrantes bancadas da Catedral encarnada.

As somas, à imagem dos rivais, voltaram a ser de relevo máximo e até ao último dia de mercado. Se em 2024, Aktürkoglu chegou em cima do final do mercado acompanhado do diretor, desta vez foi Lukebakio - e Sudakov, dias antes - a chegar auscultado pelo mesmo, entre a habitual azáfama e stress das últimas horas para efetuar negócios.

*já a contar com o montante a ser pago pelas águias ao Shakhtar Donetsk

E entusiasmo máximo por quê? Ora, porque os nomes garantidos a isso mesmo obrigam. Com eleições à porta, a direção encarnada procura satisfazer a massa associativa dos encarnados e, para já, as contratações de Amar Dedic para a direita da defesa, a reconfigurada dupla de meio-campo encabeçada por Enzo Barrenechea e Richard Ríos, ou a chegada de Ivanovic para isso contribuem.

Inumerados os ingredientes, Bruno Lage já cozinhou um apuramento para a Champions depois de uma pré-época do mais pequeno que já se viu - por força do Mundial de Clubes - e mantém o Benfica invicto na temporada. Enquanto isso, Rui Pedro Braz torce certamente pelo sucesso de uma equipa na qual, daqui a uns meses, não mais terá dedo.

Vendas milionárias e (alguns) títulos

Se no que ao investimento do plantel, Rui Pedro Braz foi um grande, senão o principal responsável, o mesmo se poderá dizer na hora de vender o peixe. Fábrica de rentabilização de atletas sobejamente conhecida, o Benfica fez a ponte suave entre o legado deixado por Vieira e a atual direção, muito por culpa do antigo comentador desportivo.

Começando pelo fim, Carreras foi a grande jóia da coroa vendida no início deste verão, com Aktürkoglu a destacar-se pelo regresso à Turquia, apenas um ano depois de ingressar no Estádio da Luz.

Mais atrás, o nome que mais sobressaiu é o de Enzo Fernández. Após ser comprado por menos de 20 milhões de euros - sem contar com as mais-valias acertadas -, o médio campeão do mundo pela Argentina tornou-se na segunda maior venda da história do clube: 121 milhões.

Por falar em médio, João Neves foi outra das coqueluches a deixar os cofres da Luz bem preenchidos, tal como Marcos Leonardo que, em meia época, foi vendido por cerca do dobro que custou.

Quanto aos títulos aos quais Rui Pedro Braz fica associado, a conta é simples. Ao campeonato nacional conquistado em 2022/23, juntam-se as Supertaças do ano seguinte e do presente, assim como a Taça da Liga amealhada diante do Sporting, no último mês de janeiro.

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