🏳️‍🌈 Busca pelo espaço: a luta das torcidas organizadas LGBTQ+ no futebol | OneFootball

Icon: OneFootball

OneFootball

·05 de junho de 2021

🏳️‍🌈 Busca pelo espaço: a luta das torcidas organizadas LGBTQ+ no futebol

Imagem do artigo:🏳️‍🌈 Busca pelo espaço: a luta das torcidas organizadas LGBTQ+ no futebol

O futebol tem um poder histórico de unir pessoas independentemente de suas diferenças.

E isso vem se tornando cada vez mais frequente para a comunidade LGBTQ+ com a criação de torcidas organizadas voltadas para aqueles que têm uma marginalização histórica em estádios.


Vídeos OneFootball


O OneFootball, então, relata brevemente a luta de algumas das principais torcidas no papel de inclusão através do futebol.


🇪🇪 Coligay

E não tem como não começar com a Coligay, do Grêmio, primeira torcida oficialmente LGBTQ+ do Brasil.

Em 1977, no auge da ditadura militar, cerca de 60 torcedores do Imortal se reuniram para apoiar o clube erguendo uma faixa com o nome do grupo homossexual recém-criado no antigo Olímpico.

Era um jogo do Campeonato Gaúcho, o Grêmio venceu o Santa Cruz por 2 x 1, e o episódio entrou para a história do futebol brasileiro.

Infelizmente, alguns torcedores não aprovaram a atitude, e agressões contra membros da Coligay foram relatadas.

Apesar disso, a torcida organizada foi resiliente, permaneceu nos estádios e ganhou seu espaço mais que merecido nas arquibancadas gremistas.


❤️🖤 FlaGay

O sucesso da Coligay acabou inspirando outras torcidas a fazerem o mesmo.

No Rio de Janeiro, em 1979, o carnavalesco Clóvis Bornay criou, então, a FlaGay em um FlaFlu.

A hostilidade que, infelizmente, acompanha os homossexuais ao longo da história foi vista no Maracanã naquele dia.

Os torcedores do Flamengo e também parte da diretoria foram extremamente contra o movimento, o que condicionou o destino da FlaGay às margens das massas rubro-negras.

Tentativas de um retorno entre os anos de 1990 e 2000 ocorreram, mas a iniciativa sempre foi barrada pelo preconceito contra homossexuais presente no futebol.


🤔 E hoje?

Conservador, o Brasil é o pais onde mais se pratica violência contra os LGBTQ+.

Ainda assim, as torcidas organizadas formadas por eles cresceram bastante nos últimos anos.

E elas não estão isoladas, mas sim unidas para acabar com o preconceito no futebol.

O Canarinhos Arco-Íris é um coletivo composto por 16 torcidas organizadas LGBTQ+ para acabar com o preconceito enraizado na sociedade através do esporte.

São elas:

Frasqueira LGBT (ABC)

Furacão LGBTQ+ (Athletico Paranaense)

LGBTricolor (Bahia)

Vozão Pride (Ceará)

Marias de Minas (Cruzeiro)

Fiel LGBT (Corinthians)

Coxa LGBTQ+ (Coritiba)

Palmeiras Livre (Palmeiras)

Paraná LGBTQ (Paraná)

Papão Livre (Paysandu)

Coral Pride (Santa Cruz)

Sport LGBTQ (Sport)

Vasco LGBTQ+ (Vasco)

Orgulho Rubro Negro (Vitória)


🇪🇺 E na Europa?

A Inglaterra é um dos locais de vanguarda quando se fala em torcidas organizadas LGBTQ+.

O Arsenal e os GayGooners são um dos melhores exemplos neste quesito, tendo 570 torcedores cadastrados e um banner fixo dentro do Emirates Stadium.

Imagem do artigo:🏳️‍🌈 Busca pelo espaço: a luta das torcidas organizadas LGBTQ+ no futebol

A partir daí, torcedores de outros clubes começaram a criar seus próprios grupos, como o Manchester City, o Everton e o Tottenham.

Os Spurs, inclusive, iluminam seu novo estádio com as cores do arco-íris todo dia 17 de maio, marca do Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia.

E é da Alemanha que vem um dos clubes mais progressistas na luta contra as minorias: o St Pauli.

Atualmente disputando a 2. Bundesliga, o clube de Hamburgo foi o primeiro a ter um presidente assumidamente gay no país.

Além disso, os torcedores apoiam as pautas de integração enraizada no DNA do St Pauli e levam faixas aos estádios apoiando o casamento gay e a igualdade de gênero, além de se posicionarem contra atos homofóbicos.

Imagem do artigo:🏳️‍🌈 Busca pelo espaço: a luta das torcidas organizadas LGBTQ+ no futebol

Há também uma organização que busca unir as lutas de todos os torcedores: a Queer Football FanClub.

Fundada por gays e lésbicas durante a Copa do Mundo de 2006, a organização soma mais de 25 fã-clubes de times na Alemanha, Inglaterra, Holanda e Suíça.

Segundo dados da própria QFF, são mais de 1.200 membros registrados.

O que mostra que, seja no Brasil ou na Europa, há espaço para todos torcerem e se divertirem no futebol.


Foto de destaque: IMAGO / HochZwei/International


Para marcar o Mês do Orgulho Gay - uma celebração global da comunidade LGBTQ+ -, o OneFootball apoia e presta uma homenagem aos membros LGBTQ + no mundo do futebol por meio de uma série de conteúdos dedicados.

Saiba mais sobre o veículo