AVANTE MEU TRICOLOR
·26 de outubro de 2025
Idolatria, perseguição, 100 gols e ameaças à família: por que Luciano causa tanta polêmica no São Paulo?

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·26 de outubro de 2025

O 20º maior artilheiro da história, o 8º do time no Morumbi e o 3º maior artilheiro do São Paulo neste século. O centésimo gol de Luciano o colocou em patamares jamais esquecidos no clube.
Foram pouco mais de cinco anos desde o primeiro marcado em agosto de 2020, também contra o Bahia na casa tricolor, até o centésimo anotado na noite deste sábado (25), na vitória pelo Brasileirão. E neste meio tempo, muita coisa aconteceu, entre altos e baixos, e uma pergunta sempre surge na mente são-paulina: é ídolo ou não é?
A questão é pessoal demais para se afirmar qualquer coisa. Cada um tem seu conceito diferente de idolatria, e para mim, o camisa 10 obviamente está na história tricolor com seus números e uma centena de gols importantes, mas não chegou ao patamar de ídolo.
Também não sou daqueles que descartam totalmente o atacante. Ajudou em muitos momentos, mas não foi o cara dos títulos que conquistou, o Paulistão 2021, a Copa do Brasil 2023 e a Supercopa 2024. Como eu disse, a opinião é estritamente particular e cada um constrói o seu panteão de ídolos como quiser, sem julgamentos.
Mas, por que Luciano causa tanta polêmica no clube, a ponto de chegar ao absurdo de familiares do jogador, inclusive suas filhas, sofrerem ameaças na internet?
“Tudo certo me criticar, me vaiar e me xingar quando as coisas não acontecem. Eu tenho que pegar essas críticas, melhorar em cima delas e tentar, no outro jogo, superar isso e ajudar meus companheiros. Quando vão às redes sociais da minha esposa, da minha mãe, das minhas irmãs e ameaçar minhas filhas e minha família, isso já vai para o lado pessoal, porque eu não consigo desempenhar tão bem”, desabafou o artilheiro nos corredores do Morumbi após alcançar a marca.
“Eu tenho cem gols com a camisa do São Paulo. Há torcedor que não gosta de mim? Vai ter que começar a gostar e se acostumar, porque são vinte jogadores que têm cem gols com esta camisa, e eu sou um deles”, contestou Luciano para os haters que ainda persistem em diminuir sua importância no clube.
O grande problema do mundo hoje é a falta de equilíbrio nas emoções e análises. O atleta não pode ser regular, importante, coadjuvante, constante, ele tem que ser sempre espetacular, decisivo, fora da curva, genial, se não é taxado como pipoqueiro, mercenário, perna de pau e tantos outros adjetivos já ouvidos por Luciano tantas vezes quanto aplausos e ovações por seu nome como aconteceu nesta última partida.
Há aqueles que defendem o poder do dinheiro para suprir qualquer problema dentro do futebol: “Ele ganha um absurdo, tem que estar acostumado e saber superar as cobranças”, dizem os mais críticos. Não é bem assim.
Não há dinheiro no mundo que compre a paz e uma boa saúde mental, que ensine como você não vai ficar preocupado quando marginais avisam que sabem onde suas filhas estudam, para você ficar ‘ligeiro e não perder mais gols’.
Um médico, advogado, empresário ou qualquer outra profissão também muito bem remunerada, passa por essa situação? Por que no futebol é permitido? Tudo tem um certo limite.
A conclusão dentro de campo é bem obvia: Luciano está longe de ser um craque, haja visto nunca ter sido convocado para seleção brasileira, a não ser passagem rápida pelo time sub-23. Em uma escalação ideal do São Paulo hoje, com todas as peças à disposição, Lucas, Calleri, Oscar e etc, para mim seria banco. Mas um baita banco, que poderia entrar e mudar o jogo.
Tampouco é um cabeça de bagre que não se esforça e entrega uma média de quase 20 gols por ano para a equipe, algo difícil de encontrar no combalido futebol nacional atualmente. Tem habilidade, e muita. É também esquentado além do limite, reclama tanto por vezes que irrita até mesmo o torcedor tricolor. A frase ‘Luciano reclamou até de nascer’ proferida por árbitro em áudio recente divulgado nunca foi tão precisa.
No fim, o camisa 10 colhe os frutos daquilo que apresentou em seus 313 jogos com a camisa do São Paulo. Além dos 100 gols, recebeu ainda 78 cartões amarelos, número extremamente algo a um homem de ataque, a maioria deles por reclamações. Mais do que números, as atuações vão desenhando para cada torcedor o tamanho de Luciano no clube, que se depender do artilheiro, ainda vai crescer ainda mais ao longo das próximas temporadas.









































