Esporte News Mundo
·22 de outubro de 2025
Maracanã pode ser vendido pelo governo do Rio de Janeiro

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·22 de outubro de 2025
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O Complexo do Maracanã pode ser vendido. O estádio mais famoso do país foi incluído pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) na lista de imóveis que o governo estadual pretende colocar à venda para ajudar a quitar parte da dívida com a União.
A proposta, que também inclui a Aldeia Maracanã e 28 propriedades da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), ainda precisa ser votada em plenário e pode sofrer alterações.
Com as mudanças aprovadas pela comissão, o projeto de lei complementar passa a autorizar a alienação de 62 imóveis, ampliando o número inicial de 48.
A CCJ retirou 16 endereços da versão original e acrescentou 30 novos, entre eles o Maracanã e a Aldeia Maracanã, de 14 mil metros quadrados, que, segundo os deputados, está em situação precária e sem uso definido.
O objetivo do governo é arrecadar recursos para aderir ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que permite o uso de bens públicos para abater débitos com o governo federal.
De acordo com a Lei Orçamentária de 2026, o Rio de Janeiro deverá pagar R$12,3 bilhões apenas em serviços da dívida no próximo ano.
O presidente da CCJ, o deputado Rodrigo Amorim (União), justificou a medida afirmando que o Estado gasta valores elevados com a manutenção do estádio. “O governo paga fortunas de manutenção do Complexo do Maracanã, em torno de R$ 1 milhão por partida. Não faz sentido manter um equipamento tão caro nas mãos do Estado”, declarou.
Amorim também defendeu a inclusão da Aldeia Maracanã na lista de alienações. “Considero um absurdo 14 mil metros quadrados, que valem dinheiro, no coração do Rio de Janeiro, estarem excluídos da lista. É uma área que cria obstáculos à plena utilização do Maracanã”, afirmou.
Por outro lado, alguns imóveis foram retirados da lista, como o Complexo Esportivo Caio Martins, em Niterói, o Batalhão da PM do Leblon e a Escola de Música Villa-Lobos, no Centro do Rio. Também ficaram de fora espaços ocupados por projetos sociais, como a Casa Nem e o Grupo Arco-Íris.
O relator da proposta, o deputado Alexandre Knoploch (PL), explicou que a exclusão de parte dos endereços ocorreu após vistorias feitas por um grupo de trabalho da Alerj. “Tiramos 12 imóveis com destinação pública confirmada e outros quatro a pedido dos deputados, após as inspeções”, disse.
Apesar da discussão sobre a venda, o Maracanã segue sob concessão do Flamengo e do Fluminense, que venceram o processo licitatório em setembro de 2024. O contrato, válido por 20 anos, prevê o pagamento anual de R$20 milhões ao governo estadual e investimentos de R$186 milhões no período.
Mesmo assim, Rodrigo Amorim defendeu a possibilidade de uma venda definitiva do complexo. “Cada vez que o Maracanã abre para um jogo é quase R$ 1 milhão de custo. Não faz sentido o Estado continuar bancando esse elefante branco. Ou se vende o Maracanã, ou se faz uma concessão mais longa — alguma medida precisa ser tomada”, afirmou o parlamentar.
O projeto de lei ainda será avaliado pelo plenário da Alerj, e o futuro do Maracanã, símbolo histórico do futebol brasileiro, dependerá das próximas votações.