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·01 de outubro de 2025
Resposta à carta do Presidente do São Paulo, por Daniel Menezes

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Resposta à carta do Presidente do São Paulo, por Daniel Menezes
Presidente Júlio,
Não se engane: nós, torcedores do São Paulo Futebol Clube, não estamos levantando nossas vozes de protesto apenas porque o time foi eliminado da Libertadores. A indignação da torcida com a atual administração vem de muito antes, de anos de promessas não cumpridas, de erros repetidos e da sensação de que o clube segue sem rumo claro.
Enquanto o time ainda tinha algo a disputar, houve uma trégua natural. Sabemos que, em campo, o apoio incondicional é fundamental. Mas isso não significa que esquecemos a gestão fora dele. Agora, terminado o campeonato continental, voltamos a cobrar, porque é nosso dever como torcedores que amam o clube.
No seu texto, o senhor fala em recuperação financeira e redução de custos. No entanto, o próprio relatório da Galápagos, contratado pela diretoria, aponta um estouro de aproximadamente 30% no orçamento do futebol. Ou seja: enquanto a narrativa oficial é de austeridade, os números mostram justamente o contrário. Isso não é ajuste, é descontrole. Não é seriedade, é bravata.
E quando o senhor menciona que vivemos um “período de sacrifício”, cabe perguntar: que sacrifícios são esses? A torcida estava pronta para o sacrifício em 2025. Estávamos prontos para apoiar uma verdadeira reestruturação financeira, mesmo que isso significasse um elenco mais modesto e temporadas sem grandes contratações. Porém, ao invés de irem pelo caminho do sacrifício que você cita, foram vocês que optaram por trazer jogadores de renome e alto custo como Wendel e Oscar (nada contra eles). Foram vocês que estouraram o orçamento do ano e, aí sim, sacrificaram nossa base, escondendo essa lambança atrás de um suposto superávit.
A torcida não é ingênua. Não se trata apenas de aceitar derrotas ou eliminações. Sabemos que futebol é feito de vitórias e tropeços. O problema é quando a gestão insiste em nos vender uma ilusão de responsabilidade enquanto a realidade mostra contradições gritantes.
Portanto, presidente, nossa cobrança não é sobre um jogo, uma bola que não entrou ou um pênalti desperdiçado. É sobre a condução do São Paulo Futebol Clube, um patrimônio de mais de 20 milhões de torcedores.
O senhor pede paciência, mas paciência sem transparência e coerência é apenas conivência. E isso, nós não aceitaremos.
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